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Na Ciência da Computação e na Matemática, a expressão em inglês Garbage In, Garbage Out (lixo entra, lixo sai), descreve o conceito de que a entrada de dados errados ou absurdos produz uma saída igualmente ruim, ou “lixo”. Em outras palavras, as informações imprecisas ou com erros no início do processo inevitavelmente levarão a resultados imprecisos ou com erros.
No Sermão da Montanha, Jesus disse algo muito semelhante: “Toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. A árvore boa não pode dar frutas ruins, e a árvore que não presta não pode dar frutas boa. Portanto, vocês conhecerão os falsos profetas pelas coisas que eles fazem.”1 Essa breve parábola nos convida a refletir sobre o que nossas palavras e ações dizem sobre nós e o Salvador que vive em nós. Nossas vidas expressam Seu desvelo pelos outros ou nosso egocentrismo? Comunicamos Sua generosidade e justiça, ou adotamos o impulso humano típico de construir muros que excluem os outros?
Como os códigos para computador e as equações matemáticas podem ser corrigidos mudando-se os dados de entrada, Jesus nos lembra que a vida cristã demanda transformações interiores, do tipo que só Ele pode trazer. “Permaneçam em Mim, e Eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em Mim.”2
Jesus In, Jesus Out.
No seu livro The Life God Blesses, Gordon MacDonald relata suas experiências na equipe de atletismo da Universidade do Colorado. Relembra principalmente a rotina cansativa de exercícios com um colega de equipe chamado Bill. “Até hoje tenho lembranças angustiantes da nossa sessão de exercícios nas segundas à tarde”, diz Gordon. “No final eu me arrastava, exausto, até ao vestiário”. Mas Bill era diferente. Quando terminava, ele ficava descansando na grama perto da pista. E depois de uns 20 minutos, enquanto Gordon tomava banho, Bill repetia a rotina inteira de exercícios!
Bill não considera ter sido um atleta excepcional na faculdade. “Eu não tinha um desempenho fora do comum, mas segundo a minha “teoria dos artifícios”, não existe nada de grande destaque que se possa fazer no treino ou na competição, mas sim milhares de coisinhas”, observou Bill.
Bill pode não ter tido um grande impacto durante os anos na faculdade, mas sua disciplina e força de vontade compensaram depois de um tempo. Por meio da disciplina e do esforço, na busca por sempre melhorar, o atleta universitário comum que treinava com Gordon MacDonald se tornou o famoso Bill Toomey, mundialmente famoso, o decatleta que em 1984 entrou para o Hall da Fama olímpico.
Bill obteve tais realizações por meio da disciplina. A visão de Gordon MacDonald diz tudo: “A diferença entre nós dois se evidenciava nas tardes de treino nas segundas-feiras. Ele fazia o máximo, sem medo da disciplina. Eu não gostava de disciplina e fazia o mínimo.”
Guo Youming ainda era criança, quando sua mãe notou que faltava ao garoto equilíbrio para andar e que caía com frequência. Aos sete anos, exames acusaram que essa condição, que piorara com o tempo, se devia a uma distrofia muscular. O diagnóstico teve um efeito devastador nos pais de Youming, que passaram a conviver com a culpa e a dor de ver seu filho padecer de uma doença incurável. Youming disse que o desespero também o assediou, mas percebeu que isso tornaria a vida ainda mais difícil para seus pais. Em vez disso, recusou-se a deixar sua condição o limitar e decidiu: “farei o melhor ao meu alcance e sorrirei com bravura”. Aos nove anos, incapaz de caminhar, passou a viver confinado a uma cadeira de rodas. Conforme seus músculos se atrofiaram, seus membros perderam totalmente as funções. Hoje, a mãe o ajuda a comer, a usar o banheiro e a fazer outras tarefas básicas.
Apesar de Youming depender que sua mãe o conduzisse até a sala de aula, insistia em nunca perder aula. Sua atitude positiva e alegre fez dele o favorito dos colegas e professores, todos admirados pela sua perspectiva positiva da vida, mesmo com a piora progressiva de sua condição. Hoje, aos 26 anos, Youming pode apenas ingerir líquidos e depende de aparelhos para respirar e se manter vivo. O acentuado declínio do seu vigor físico não lhe permitiu participar até o fim da sua cerimônia de graduação de Mestre em Literatura Chinesa, depois de ter alcançado notas extraordinárias nos exames orais. Literatura é sua paixão e sua tese foi uma coletânea de poemas e outras obras. O trabalho que reúne cem mil palavras é uma conquista monumental para Youming, que consegue digitar não mais que dez palavras por minuto e não mais que dez minutos por dia, o que faz deitado, usando um mouse para acionar um teclado especial. Youming espera passar no exame para se tornar funcionário público. “Não podemos escolher o destino,” diz Youming, “mas podemos determinar como nos comportamos diante dele. Se a vida parece não fazer sentido, então devemos lhe dar sentido. Este dia pode ser de alegria ou dor. Por que não escolher a alegria? Enquanto eu não desistir de mim mesmo, Deus não desistirá de mim.”
A traseira de uma caçamba carregada de todo tipo de entulho e um cano de descarga cuspindo fumaça quase preta e sufocante é uma cena bastante comum na África. Estar atrás de um caminhão desses em um engarrafamento não é o sonho de consumo de ninguém.
E foi sobre isso que ouvi dois motoristas conversarem. O primeiro contou que sempre que se via nesse tipo de situação ele tentava sair de trás do caminhão, mesmo que tivesse que se expor a riscos tentando mudar de faixa. O outro tratava a questão de uma forma muito diferente. Disse que quando tinha pela frente um caminhão nessas condições, fechava as janelas e permanecia atrás do brutamonte. Disse ter aprendido com a experiência que quando o sinal fica verde e o coral de buzinas e carros se põem a disputar centímetros para passarem na frente uns dos outros, o potente caminhão faz soar sua poderosa trombeta e com seu tamanho imponente abre o caminho pela confusão. Tudo o que o segundo motorista do diálogo faz é se manter atrás do caminhão e seguir. Todos sabemos que se sentir sobrecarregado com problemas é perturbador, desagradável e, às vezes, incrivelmente frustrante, mas pode ser justamente essa dificuldade que abrirá caminho para você e o ajudará a seguir mais rápido pela estrada da vida. Text courtesy of Activated magazine. Image from Wikimedia Commons.
Orações notáveis do Antigo Testamento e do Novo Testamento para as crianças.
Por Elsa Sichrovsky
Quando lembro do meu primeiro semestre na faculdade, a imagem que me vem é de um sujeito com uns dois metros de altura, magricela e de cabelo preto. Steve era um veterano no meu departamento e nos conhecemos no curso Educação Geral. Conquistou minha admiração quando se sentou ao meu lado na primeira fila, evitada pela maioria dos estudantes. Havíamos nos visto apenas algumas vezes, rapidamente, na sala do diretório, mas ele me cumprimentou. Eu tinha dois horários vagos até a próxima aula, então fui para uma sala de leitura ali perto para me preparar para uma arguição sobre a Odisseia. Para minha surpresa, Steve já estava lá acompanhado de uma xícara de café, debruçado sobre O Mercador de Veneza. Entendi que ele tampouco tinha aula nas próximas duas horas e me sentei no lado oposto ao dele, com meu livro, tímida demais para dizer coisa alguma e perfeitamente ciente do golfo que separava calouros de veteranos. Às vezes, tinha a impressão de que ele queria dizer algo, mas isso não aconteceu, dando lugar amplo para um silêncio um pouco desajeitado e quase amigável que reinou naquela sala por duas horas. Por várias semanas, nas terças-feiras, sentávamos em lados opostos da mesa, estudando em silêncio. De alguma forma, sua presença e companhia humana aliviavam a solidão das horas de estudo, memorização e análise que os universitários daquele curso conheciam tão bem. Sua concentração no seu desempenho escolar era um excelente exemplo para mim, vítima constante de distrações do grande e complexo mundo da academia. Como diz o provérbio, “Como o ferro com o ferro se aguça, assim o homem ao seu amigo”1. Finalmente, em um quente dia de verão, ele queria ligar o ventilador da sala de leitura e, sendo um cavalheiro, pediu meu consentimento. Isso deu início a uma conversa, na qual descobrimos que partilhávamos do mesmo amor por Shakespeare, linguística e pela Sra. Lee, a mais popular professora em nosso departamento. Generosamente, Steve me deu umas dicas sobre as disciplinas que eu estava fazendo e me recomendou outras bem interessantes. Até o fim do semestre, nosso tempo de estudos nas terças-feiras era temperado com conversas informais e até algumas piadas. Sempre nos cumprimentávamos nos corredores e fizemos uma disciplina eletiva juntos no semestre seguinte. Steve tinha muito pouco a ganhar com nossas conversas, mas vi que além de nossa paixão por aprender, ele tinha compaixão de mim, pois também teve seus dias de calouro perdido, mas não deixou que as convenções sociais o impedissem de se aproximar de mim. Ele se graduou no meu segundo ano de faculdade e perdemos contato. Entretanto, ainda lhe sou grata pela maneira como me ensinou pelo seu exemplo. Quando as normas sociais entraram em conflito com a bondade, Steve permitiu que ela tivesse a última palavra. Uma convenção social que promove a exclusão, como a que separava veteranos e calouros na universidade em que estudei, deve ser ignorada para que cumpramos a responsabilidade de amar aqueles com quem temos contato. Além do mais, aquelas silenciosas terças-feiras me ensinaram que uma boa amizade não necessariamente se constrói com extroversão e personalidades carismáticas, mas com respeito mútuo, interesses compartilhados e algo que há muito tempo um apóstolo recomendou: amor. “Sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.”2 1 Provérbios 27:17 2 Colossenses 3:14 Text from Activated magazine. Image designed by Brgfx/Freepik and Katemangostar/Freepik. |
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June 2024
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